18 de abril de 2012

Sempre a pedagogia do cone

Passei uns dias em Santos, terra em que nasci. Vim visitar minha mãe, que mora aqui com meu irmão. Pela manhã, caminhando pelas ruas, vi uma aula para crianças em uma escolinha de futebol. Eram umas vinte e cinco delas, todas em fila. Ao sinal do professor, uma de cada vez partia com uma bola, ziguezagueando entre cones, mais ou menos trinta, ao fim do que, davam um chute desajeitado na direção do gol. Fiquei por ali uns trinta minutos apreciando o invejável esforço do professor para impedir que aquelas crianças aprendessem a jogar futebol. Foi isso que ele aprendeu na Faculdade de Educação Física? É isso que os alunos aprendem nas faculdades? Se for, fechemos as faculdades, pelo menos as que se dedicam a ensinar esse tipo de coisa. Se não for, onde aprenderam? Que força teve essa aprendizagem que sobrepuja quatro anos de formação universitária? Durante meia hora cada criança teve oportunidade de fazer uns cinco ou seis zigue-zagues entre os cones. Coitadas! Sequer puderam ser crianças. Melhor que brincassem com a bola sem professor. Prossegui meu passeio. Ao longe ainda vi os cones coloridos espalhados pelo gramado verde; uma linda paisagem! Se eu fosse comerciante de materiais esportivos, meu maior lucro viria da venda de cones para escolinhas de futebol.
Fonte: Blog do João Freire

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